Image

Médico alerta para necessidade de proteger a pele

Sol forte intensifica a necessidade de proteger a pele, mas o uso do protetor solar não se restringe apenas ao Verão

Data
13 de Janeiro de 2020

|Caroline Paulart|

Dezembro foi um mês bastante quente, com sol forte e janeiro está sendo diferente. Embora o mês seja marcado pela presença de oscilação entre sol forte e pancadas de chuva, a população não pode se descuidar na hora de proteger a pele, aplicando protetor solar com frequência, usando chapéu, óculos de sol com FPS e preferindo horários onde a intensidade dos raios é menor para a exposição ao ar livre.

Quem dá as orientações é o médico dermatologista Daniel Ascenço, que recomenda o uso dos protetores solares de FPS mínimo 30, podendo aumentar em casos de pacientes com maior sensibilidade ao sol, antecedentes pessoais/familiares de câncer de pele, durante tratamento cosmiátrico e pacientes expostos a maior radiação solar por motivos profissionais ou de lazer.

“A reaplicação recomendada deve acontecer a cada duas horas ou após períodos de imersão. Um método de aplicação recomendado é aplicar duas camadas. Assim garante-se uma quantidade mais adequada, com 15 minutos de antecedência antes da exposição solar. Sobre maquiagens que contenham filtros solares deve-se atentar à quantidade aplicada que muitas vezes é insuficiente para fornecer o FPS indicado na embalagem e também deve-se cuidar para que o FPS indicado não seja muito baixo. Muitas pessoas podem aplicar uma camada de maquiagem por cima do filtro solar melhorando a cosmética.”

Crianças protegidas

Para que as crianças fiquem bem protegidas e não corram o risco de sofrerem com queimaduras solares, Dr. Daniel recomenda que a partir de 06 meses de idade podem ser indicados filtros solares pelo médico, com preferência para filtros mais seguros, inorgânicos (físicos), fabricados especificamente para crianças.

“A recomendação antes dos 06 meses é usar chapéus, roupas com fotoproteção, procurar regiões de sombras, sabendo que antes desta idade não existem muitos estudos comprovando segurança em usar filtros solares. A pele é mais sensível à luz solar nesta faixa etária e deve-se evitar o horário crítico com maior taxa de radiação UV (10 às 15h). Ressaltando que roupas com proteção solar são mais uma forma de evitar o dano solar. O objetivo delas é somar e não substituir os filtros solares tradicionais”, explica.

Bronzeado

É muito comum que as brasileiras conservem o hábito de se exporem ao sol para ficarem bronzeadas, embora isso não seja indicado pelo dermatologista. “O hábito de se expor ao sol para bronzeamento é um fator de risco para desenvolvimento de câncer de pele e envelhecimento precoce de pele. Isso ocorre por degradação do colágeno e elastina induzida pela radiação UV e desenvolvimento de mutações em células da pele. Mesmo exposição solar do dia a dia, não intencional já é suficiente para nosso corpo produzir vitamina D”, explica.

Sobre os métodos artificiais, o médico explica que com o bronzeamento a jato é possível obter uma cor artificial sem causar danos permanentes às suas células; já autobronzeadores contêm ativos que se misturam com a queratina da pele, resultando em uma pele pigmentada semelhante ao bronzeamento natural. E sobre os aceleradores, que necessitam de exposição ao sol para obtenção do bronzeado, não sendo recomendados.

Queimaduras solares

Quem não se protege acaba tendo as queimaduras solares, que são incômodas e bastante doloridas. Para as mais leves, com apenas com eritema (vermelhão), podem ser tratadas com compressas frias, banhos frios, uso de analgésicos quando prescritos por médicos. “Queimaduras mais sérias com muito prurido (coceira), formação de bolhas devem ser avaliadas o quanto antes por um médico especialista, se possível. Existem diversos produtos com calmantes naturais, como por exemplo a calamina, alantoína, calêndula, aloe vera) que podem aliviar o desconforto em queimaduras leves. Não se deve aplicar remédios caseiros, receitas de internet, em cima de queimaduras sob risco de piorar a inflamação, causar manchas permanentes e por a saúde em risco”, orienta.

Para evitar que essas queimaduras acometam o couro cabeludo, o médico recomenda chapéus e bonés. “O aparecimento de câncer de pele em regiões como couro cabeludo é motivo de preocupação sendo muito mais frequentes em homens calvos pela falta de cobertura. Os cabelos sob dano solar crônico também sofrem processo de envelhecimento específico tornando-se secos, opacos e quebradiços”, explica.

Câncer de pele

O tipo de câncer que mais atinge os brasileiros é o câncer de pele, que corresponde a 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 180 mil novos casos, conforme informou a Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Mesmo pessoas de pele morena podem desenvolver câncer de pele, porém o risco deles é menor pela maior quantidade de melanina presente na pele que confere uma proteção. As pessoas mais propensas a desenvolver tem pele muito branca, olhos claros, presença de múltiplas pintas pelo corpo, história familiar de melanoma”, explica Dr. Daniel.

Entre os sintomas nódulos vermelhos, casquinhas em áreas expostas que não cicatrizam, manchas enegrecidas com bordas irregulares. O tratamento basicamente é cirúrgico com remoção da lesão suspeita. É importante fazer um acompanhamento anual junto ao dermatologista.