Casados desde 28 de julho de 1944, seu Albino e dona Leonilda dizem que fé em Deus e paciência são essenciais no casamento

Se é impossível medir o amor, imagina então mensurar um sentimento que perdura por mais de 80 anos? Em 2024, o casal campo-larguense Albino Augusto e Leonilda Lartini celebram as bodas de carvalho, que representa a estabilidade, maleabilidade e principalmente a resistência, com muitos ensinamentos e conselhos aos casais mais jovens. Vale ressaltar que o matrimônio mais longevo do mundo, segundo o Guiness Book, é entre o casal norte-americano Zelmyra e Herbert Fisher, que completaram 86 anos de casamento. 

Por intermédio do neto do casal, Iohanan Carvalho, a Folha conseguiu conversar com seu Albino, que tem 101 anos, e dona Leonilda, que completou seus 97 anos, uma vez que o casal já não recebe mais visitas. Questionados sobre como eles se conheceram, relembraram que tudo começou, na Rondinha. “Nós nos conhecemos na Rondinha, em uma festa de igreja, que era a única coisa que nós fazíamos naquela época. Ele mexeu comigo, fez ‘psiu, psiu’, e começou tudo. A gente se via só de vez em quando. Uma vez, ele tava dançando em uma ‘casinha’, que a gente só ia para dançar mesmo, e eu estava com as amigas, fomos apreciar ele dançando. Quando ele me viu, já veio me chamar para conversar”, conta dona Leonilda. 

O casal então namorou por dois anos e meio. Seu Albino lembra que teve que enfrentar o pessoal do bairro, que chegavam a ameaçar naquela época e dizer “aqui na nossa terra tem que respeitar”, quando alguém de outra região tentava namorar uma moça que morava no bairro. No final, deu tudo certo. 

A certidão de casamento comprova e relembra do enlace do casal. Dia 28 de julho de 1944 eles se casaram, em uma cerimônia simples, mas repleta de amor. “Foi um casamento bem simples, pois éramos pobres. Casamos na igreja da Rondinha e depois fomos para a casa dela, comemorar. Eu já tinha comprado uma casa no Centro, para onde nos mudamos. Não tinha vizinho, só uma casa na frente, era bem diferente. A sorte é que não pagamos aluguel, tínhamos um quintal enorme, onde plantamos muitas verduras”, conta seu Albino. A mãe de dona Leonilda chegou a falar para ele que a moça vinha de uma família humilde, então ele se prontificou a ajudar no enxoval da casa, tudo sempre feito com muito amor e carinho. A união resultou em cinco filhos, oito netos e seis bisnetos.

Chegaram a morar no Rio Grande do Sul, após seu Albino receber uma proposta para trabalhar em uma fábrica no ano de 1956. Este foi uma época que conseguiram melhorar um pouco de vida, pois ele começou a ganhar melhor e chegou a se tornar diretor da parte interna da fábrica. Fizeram muitas amizades no local. Retornaram para Campo Largo em 1969.

Momentos memoráveis

É natural que a vida reserve momentos bons e ruins para todos os casais, independente do tempo juntos. O casal superou os obstáculos, que incluíram a perda de um filho com apenas 14 meses. 

Por outro lado, também sobram momentos bons para serem relembrados. Entre eles, dona Leonilda coloca a chegada dos filhos do casal, que tiveram uma infância feliz, embora simples, com saúde. Seu Augusto lembra até mesmo de quando alugou uma bicicleta para ensinar os filhos a andarem. 

Segredos de um matrimônio duradouro

Segundo o IBGE, em levantamento no ano de 2022 – data mais recente, os casamentos no Brasil duram em média apenas 13,8 anos. Para evitar o divórcio e seguir firme com o parceiro escolhido com carinho, o casal ressalta que é necessário cuidar do lar, colocando Deus em primeiro lugar. “É preciso ter fé em Deus e muita paciência no casamento. O importante é ter estima um pelo outro, se respeite, ame seus filhos, que são tudo para nós. Nós convivemos muito bem com a nossa família, os netos ajudam a gente a viver. Eu digo sempre que os netos ajudam os idosos a viverem, se não, não tinha graça a vida. É uma graça de Deus completar 80 anos de casados”, finalizam. 

A Redação da Folha de Campo Largo faz votos de ainda mais felicidades, amor e longevidade para este casal que tanto tem a ensinar aos campo-larguenses.