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Força das mulheres

Atendimento humanizado no Hospital do Rocio e uma homenagem Á quelas que geram vidas, com depoimentos de mães que estiveram com seus bebês por meses na UTI

Data
11 de Maio de 2017

Ser mãe é ser forte mesmo quando a mulher está totalmente fragilizada, com medo do pior. Olhar para o filho (a) é se encher de esperança em um amanhã melhor, de que ele está ali por você e você por ele. É uma troca de amor incondicional, que não se explica, apenas se sente. E se demonstra em um olhar, nas pequenas atitudes, dedicação, na superação diária, em deixar por um momento de ser a mulher para ser a mãe e acreditar que tudo vai dar certo, que tem que dar certo, e não aceita nada menos que isso.

Esse sentimento é o de todas as mães entrevistadas pela Folha no Hospital do Rocio, que recebe diariamente cerca de 60 bebês na UTI Neonatal. Elas encontram no hospital um porto seguro, uma estrutura de primeiro mundo, mas que além disso possui uma equipe que faz um serviço bastante humanizado, que se sensibiliza com as dores de quem está ali com uma grande esperança e luta pela recuperação dos filhos. Uma equipe que deixa todas à vontade para exercerem seus papéis de mães.

 

Laiane Cristina Ribeiro Coelho (20), mãe da Alice Amanda
Alice nasceu prematura, com apenas 700g e aos 03 meses e meio de vida, precisou passar por cirurgia no pulmão. A mãe, a campo-larguense Laiane Coelho, esteve todos os dias visitando a filha durante estes meses internada e sentia a diferença que as visitas faziam, pois Alice demonstrava que sentia o carinho da mãe, mudava o comportamento quando sentia que a mãe ia embora, reconhecia a voz. Tudo isso era uma energia a mais para Laiane, que sofreu muito quando a filha passou por cirurgia e os médicos avisaram que só tinha 10% de chance de sobreviver. “Foi muita oração”, diz, comentando que até pouco tempo atrás a filha dependia de aparelho de oxigênio para sobreviver.

“É maravilhoso ser mãe. Sinto que é um pedacinho de mim. Acho que a gente fica superprotetora, mais carinhosa, atenciosa, sentimental e muda a forma de olhar o mundo”, revela.

Laiane comentou que fez muitas amizades ali no Hospital do Rocio durante este período e agradece a todos porque foi muito apoio e aprendizado. Cita que até mesmo tem um grupo no WhatsApp de aproximadamente 50 mães que passaram por ali e uma incentiva a outra, o que faz com que elas fiquem mais confiantes.

 

Elaine Cristine Delfrate dos Santos (39), mãe do Benjamin
“Não abandonei meu filho nem um dia”, declara a campo-larguense Elaine dos Santos, que vai guardar todas as etiquetas de visita no Hospital do Rocio para mostrar futuramente ao Benjamin que ela estava ali, ao lado dele, quando ele mais precisava. Ele nasceu no dia 13 de março deste ano e, no dia da entrevista, mais de um mês depois, ela conta que no início ficava das 9h às 11h com o filho, saía para almoçar e voltava à tarde com o marido. Hoje em dia já almoça no hospital e fica durante o dia todo, comemorando que começou a amamentá-lo. “Meu primeiro sonho era ser mãe e o segundo era amamentar”, emociona-se ela, que não vê a hora de poder ver seu filho fora da UTI Neonatal.

A mãe repara no Benjamin muitas características dela e, segundo ela até “umas caras e bocas”. Esse contato, poder ficar com ele no colo, lhe dá mais força. No quinto mês de gestação foi descoberto que ele tinha uma má formação cardíaca e está sob observação até passar por cirurgia, a partir do segundo mês de vida. “Ser mãe é tentar ser forte. Agora a minha vida é dele. Todos os meus pensamentos é de como ele está, o bem-estar dele. Está nas mãos de Deus e peço para logo tudo ficar bem”, comenta Elaine, destacando a preocupação dos médicos do Rocio em estar sempre informando o que está acontecendo e cuidando não só do Benjamim, mas também do bem-estar dela. “Atendimento excelente e tudo pelo SUS”, destacou.

 

Renata Veras Silveira (37), mãe da Laura
“Ainda não acredito. Fico maravilhada em ver um ser que eu gerei. Mas junto com esta felicidade também vem o medo, a responsabilidade”, conta Renata Silveira, de Curitiba, sobre a primeira filha, com quem estava há dois meses e meio no Hospital do Rocio, mas que comemorava, já que no dia seguinte à entrevista receberiam alta.

Todos os dias, a cada evolução e cada grama que ganhava era motivo de comemoração. O nascimento de Laura foi um momento difícil porque foi prematura e teve que ficar entubada para poder respirar. Renata diz que casou aos 33 anos, adquiriu com o marido a casa própria e então resolveu engravidar em um momento de maior estabilidade financeira, para poder dar melhores condições à filha. Declara que, entre os principais valores, quer ensinar à Laura a ter humildade e tratar bem as outras pessoas.

 

Eliane Aparecida de Oliveira da Luz (39), mãe do Leonardo Rafael
Foram nove anos para Eliane da Luz conseguir realizar o sonho de ser mãe. Ela, que é de Telêmaco Borba, tinha Endometriose e havia decidido que buscaria um especialista em Curitiba, mas ao fazer um exame de rotina recebeu a notícia que mudou sua vida, a de que seria mãe. Sempre acreditou que iria conseguir, tinha muita fé que Deus ia lhe conceder esta graça.

Leonardo nasceu de sete meses com 1,240Kg e está internado no Hospital do Rocio desde o dia 11 de março, onde ficará até ganhar o peso adequado. É um filho muito desejado e Eliane teve muito medo de perdê-lo. Diz não ter palavras para descrever o quanto é maravilhosa a sensação de ser mãe, é algo único.

Ela fica durante o dia com o filho e está dormindo em uma pousada, já que mora longe. Mas está curtindo cada momento com ele, que já identifica a voz da mãe. “Tenho plena certeza que ele veio para mudar a história. É um presente de Deus. Entendo que ele veio aos sete meses porque no meu corpo já não estava tão bom, tive duas infecções de bexiga, e sei que aqui no hospital ele está protegido e embalado pelos braços de Maria”, afirma. “Ele é perfeito, um guerreiro”, conclui.

 

Hospital do Rocio - Rua Maria Aparecida de Oliveira nº 599 | Fone: (41) 3136-2515