|Informe Publicitário|
Frequentou apenas dois anos de escola - dos 07 aos 09 anos, trabalhou na roça, cortava lenha, quebrava pedra, foi servente de pedreiro, auxiliar de mestre de obra. Até o dia em que a neve que caiu em Curitiba, em 1975, agregou valor à fotografia e o despertou a uma oportunidade de adquirir a primeira máquina fotográfica. Assim pode-se resumir a trajetória de trabalho do fotógrafo Milto Evaldo Ribeiro, sócio-proprietário da Fotopar.
“Trabalhei e ganhei minha vida com fotografia. Aprendi trabalhando. Curso eu fiz para fotos em estúdios, foram oitos cursos. Mas só cresci porque trabalhei muito. Não tinha horário nem dia. A hora que tivesse trabalho eu ia”, declara Milto. Ele trouxe o primeiro laboratório fotográfico para Campo Largo e foi o primeiro a fazer foto aérea – o que faz até hoje, contratando um avião para ele poder prestar esse serviço.
Ele lembra com detalhes de toda sua trajetória. Brinca que na escola só deu tempo de aprender o “a, e, i, o u” e a tabuada, mas precisou sair para trabalhar na roça, no Bugre, e ajudar os pais, por sobrevivência, na plantação de batata, feijão, cebola e outros. Depois começou a vender barro para a Incepa, cortava lenha para a Porcelanas Schmidt para vender em metro. Para a família Andreassa trabalhou como saqueiro de caminhão – carregando os alimentos. Mais tarde passou a quebrar pedra na Schmidt e então iniciou o trabalho de servente de pedreiro na mesma empresa.
Em 1973 foi trabalhar em Curitiba como servente, no ano seguinte já fazia também trabalho de carpinteiro. Aprendia rápido e em 1975 passou a ser auxiliar de mestre de obra. “Eu tinha boa vontade e pegava firme no trabalho”, conta. E foi nesse ano que sua vida começou a mudar. Com a neve que caiu em Curitiba e todo mundo quis registrar, teve uma grande demanda de filme para compra e revelações. Lembra que na época a Colorama vendeu muito e fez chamar atenção de todos para a fotografia.
Na época, um senhor que era armador de ferragem trouxe uma máquina e tirou foto deles na obra com a neve caindo – foto que tem até hoje guardada. O filho deste armador ficou doente e ele pediu emprestado ao Milto cem cruzeiros. Sem conseguir pagar, ofereceu ao Milto a máquina fotográfica como pagamento, o que ele logo aceitou porque tinha se interessado pelo assunto. Ainda tinha foto para bater no filme e bateu do pessoal em cima da laje, o que guarda até hoje como lembrança daquela época onde tudo começou a mudar em sua vida. Lembra que levava uma semana para revelar e tirou muito mal as fotos, cortando pernas e braços. Mas gostou da “brincadeira”.
Dias depois enquanto estava no ônibus viu um aviso de uma festa na Orleans e decidiu que iria lá para tirar foto. No evento, viu três meninas brincando e as chamou para tirar fotos em umas árvores e nisso a família se interessou em aparecer no registro. Uma mulher foi buscar as fotos e já o chamou para fazer umas fotos em uma festa de Igreja, onde conseguiu fazer várias cópias para entregar porque tiravam fotos em grupos. Conta que pagava 2,30 cruzeiros na revelação e vendia por 10 cruzeiros. Voltou cantando feliz da vida porque só naquele serviço ganhou o equivalente a dois meses de serviço na obra.
Assim foi conciliando o trabalho na construção civil com o de fotógrafo. Foi para o Paraguai para comprar uma máquina e lembra que não sabia nem colocar o filme na máquina nova automática – pensou que estava registrando os momentos em Foz do Iguaçu, mas o filme nem estava colocado certo. Lembra que a Primeira Comunhão que registrou foram fotos de longe, que não ficaram boas, mas com o tempo foi aprendendo.
O primeiro foto que abriu foi onde hoje é o Mc Donalds, em 1977. Neste ano parou de trabalhar em obras e se dedicou à fotografia, abrindo este espaço na casa de dona Alzira Parolin, que era uma república, para ser um ponto de entrega de fotografia. Depois, em 1980, abriu uma loja no Clube Macedo Soares para tirar foto 3x4 e atender seus clientes. Na época com sua ex-mulher Marilene, que sempre esteve ao seu lado e trabalhando muito no atendimento e ajudando a registrar os eventos, contribuindo para essa história de sucesso. Ficou quase dez anos lá até inaugurar em 1987 onde está hoje.
A construção da Fotopar, em sede própria, foi um investimento fruto do trabalho dos dois até então, com sábados que chegavam a fazer cinco casamentos no mesmo dia. Com o dinheiro que tinham guardado, conseguiram comprar o terreno e fazer terraplanagem e foram guardando para dois anos depois começarem a construir. Como tinha experiência, ele também trabalhou em sua obra que hoje orgulham-se de deixar de herança para seus filhos.
A inauguração da Fotopar foi em meados de 1990 e por tudo que conquistou agradece a muitos amigos que teve nesta trajetória. Um dos que cita é Paulo Colgo, o qual fotografava as propagandas para a Kodak e o ajudou a fotografar os casamentos em Campo Largo, com alta qualidade que era o melhor da época. Os noivos saíam da Igreja e já iam para a Fotopar fazer o book.
Os filhos Maico e Mary desde crianças já brincavam com a máquina fotográfica de plástico pendurada no pescoço. Hoje eles se orgulham em seguir o legado dos pais, dedicam-se à fotografia carregando a experiência e ensinamentos deles, mas trazendo mais modernidade, acompanhando as tecnologias e agregando ainda mais serviços nesta empresa tradicional e referência na cidade. Hoje os filhos estão à frente da empresa e mantêm o conceito de sempre buscar melhorar, estar com novos equipamentos para fotos de maior qualidade. Hoje uma ampla loja, com venda de diversos produtos e presentes personalizados, como também um grande estúdio fotográfico com diversos cenários, que atraem muitos clientes.
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