|Caroline Paulart|
Anualmente, as festas de Natal e Ano Novo geram grandes aglomerações, seja dentro das residências, nas festas de família, em clubes ou praias. Porém, em 2020, ao que tudo indica tudo poderá ser diferente - ou ao menos deve ser.
A Folha de Campo Largo conversou com o médico infectologista Dr. Francisco Beraldi de Magalhães (CRM-29488), que explicou que este ainda não é o momento de realizar festas com convidados e viagens. “A melhor opção é ficar em casa, com as pessoas que vivem junto com você. Se você começa a reunir pessoas de fora do seu convívio diário e que se expõem diariamente ao vírus e no dia do Natal ou Ano Novo estão assintomáticas, elas já podem transmitir para todo mundo.”
Esse risco é maior, ainda que não pertença ao grupo de risco, porque as pessoas tendem a ocupar espaços menores, menos ventilados, sem distanciamento social e sem uso de máscara ou álcool em gel com frequência. “Nós temos visto muitos pacientes jovens que precisam de UTI ou que têm suas vidas abreviadas pelo vírus; é uma grande loteria, infelizmente. Mesmo quem já teve Covid-19 não deve se expor, pois ainda não há um comportamento definido sobre o caso de reinfecção, se ele é mais agressivo ou não”, explica o médico.
Bolha social e viagens: opções seguras?
A bolha social consiste em um grupo que se compromete em ter contato sempre com as mesmas pessoas, permitindo assim uma maior convivência, mesmo no momento da pandemia. “Não é um método seguro. Nós minimizamos alguns riscos, mas as possibilidades são muito maiores de ter contato com alguém que esteja com Covid-19 do que em contato apenas com alguém apenas da nossa casa – temos que lembrar que as pessoas que moram conosco também têm contatos externos, dentro do ambiente de trabalho, por exemplo”, diz.
O médico alerta que há alguns excessos de relativização e flexibilização e que poucas pessoas se propõem a seguir as recomendações dadas pelas autoridades de saúde, que é o uso da máscara, a higienização das mãos e o distanciamento social em locais públicos. “Se esses métodos básicos não forem adotados primeiramente, nenhum outro método é seguro. Esse é o primeiro passo, os seguintes vão vindo conforme os casos diminuam”, diz.
Sobre viajar, o médico ressalta que não é uma boa opção para quem vive no estado do Paraná. “Nosso risco de se contaminar ou de levar a doença para outros lugares e contaminar outras pessoas é mais alto. Quando viajamos, naturalmente nós comemos fora, passeamos, ficamos bastante tempo fora e esse não é o momento, pois há uma exposição arriscada neste caso”, diz.
Por outro lado, se a pessoa tiver uma casa na praia ou chácara e quiser passar um tempo afastado, cumprindo a mesma rotina de resguardo que tem hoje na cidade e a viagem sendo realizada em carro particular, o médico diz ser uma opção a ser considerada.
Como se proteger nos comércios
Durante a época de Natal, especialmente, o comércio fica mais cheio e não há muitas formas de evitar, é necessário frequentar lojas, supermercados, casas de frutas, açougues e tantos outros locais.
Para evitar contaminações, Dr. Francisco indica que o cliente procure horários alternativos, use a máscara cobrindo a boca e o nariz, faça higiene das mãos com álcool 70% sempre que possível, mantenha a distância de quatro passos das demais pessoas e evite colocar as mãos em pontos de contato (balcões, corrimãos, maçanetas e demais superfícies), pois eles facilitam a disseminação do vírus.