|Caroline Paulart|
Momentos de angústia que resultaram em uma bela história de honestidade. No final da tarde de 07 de dezembro, próximo às 17h, a artesã e dona de casa Lorena Noviski foi até uma loja de departamentos no Centro, após resolver algumas situações particulares junto ao seu marido. Ele havia sacado do banco a quantia de R$ 1.100, do qual pegou R$ 50 para passar na farmácia e deu o restante para a esposa.
“Ele me deu o dinheiro e eu, na ansiedade de esconder a quantia, coloquei embaixo da minha perna, dentro do carro, ao invés de colocar na bolsa. Esse dinheiro era para pagar o cartão de crédito. Naquele momento eu desliguei. Saímos do carro só minutos depois eu gelei e pensei ‘o dinheiro!’. Corri para ver se tinha derrubado no carro, mas procurei desesperadamente e não encontrei”, relembra Lorena.
A situação da família, assim como em muitos lares brasileiros, não é muito fácil e trabalham muito para garantir o sustento, então o valor perdido geraria um impacto muito grande no orçamento. “Lembro que um carro chegou junto conosco, mas não reparei na pessoa. Eu só orava e pedia para Deus para que recuperasse esse dinheiro. Meu marido estava mais pessimista, mas eu tinha certeza, tinha fé que ele iria aparecer”, relembra.
A outra visão
Naquele mesmo momento, a empresária Valdete Brito estacionava seu veículo para pagar uma conta na loja. Ela percebeu quando a pessoa do carro ao lado fechou a porta e ao sair se deparou com muitas notas de dinheiro pelo chão. “A minha primeira reação foi ‘nossa, será que eu estou perdendo dinheiro? Mas logo vi que não era meu por causa das notas. Peguei o dinheiro e guardei no meu carro, percebi que era uma quantia alta, mas como estava com pressa não consegui contar. Fui até a loja, paguei a conta e comprei algumas coisas que precisava, sem pressa”, relembra Valdete.
O encontro
Lorena já estava esperando há algum tempo e começou a escrever um bilhete para deixar no parabrisa do carro, até que Valdete apareceu. Assim que ela chegou, Lorena a abordou e perguntou se tinha encontrado dinheiro pelo chão.
“A primeira reação dela foi dizer ‘dinheiro? Que dinheiro?’ e meu coração acelerou. Foi quando eu disse a quantia e ela sorriu e me explicou que ficou com medo que alguém tivesse visto ela ajuntando e queria devolver para a pessoa certa”, relembra Lorena.
“Eu fiquei tranquila na loja, pois sabia que Deus estava me usando para guardar o dinheiro para aquela pessoa. Jamais conseguiria dormir sem conseguir devolver para a pessoa certa. Lorena me disse que no montante havia R$ 1.050. Eu contei o dinheiro e realmente havia ali o dinheiro que ela havia falado, esse dinheiro é dessa família, eu senti um grande alívio, pois sabemos o quanto precisamos trabalhar para conquistar o pão de cada dia”, diz Valdete.
“Ela foi uma pessoa realmente abençoada, que cuidou do meu dinheiro. Eu estava muito nervosa naquele momento, estava a ponto de infartar e tudo foi resolvido, eu acredito que foi por Deus, porque Ele cruzou nossos caminhos, pois poderia surgir outra pessoa não tão bem intencionada e que não devolveria o dinheiro, pois as notas não têm nome. Não sei como agradecer a ela, mas quero que ela saiba que peço que Deus abençoe muito sua vida, de sua família e o seu trabalho”, finaliza Lorena.