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Não é de hoje que o tema reposição hormonal está em alta e as polêmicas em torno dele são inúmeras. Estamos vivendo uma crescente busca nos consultórios médicos por reposição hormonal (ou modulação, como alguns gostam de chamar), muito em função de uma busca pela eterna juventude e estimulada pela enorme exposição social que temos nos dias atuais através das redes sociais. Para agravar, muitos médicos (e outros profissionais de saúde), com pouco ou nenhum conhecimento de causa, passaram a prescrever de forma indiscriminada o uso de hormônios esteroides anabolizantes e GH para jovens, adultos e até idosos, com ou sem sintomas, que desejam sobretudo melhorar a aparência e o condicionamento físico além de sinais e sintomas decorrentes do envelhecimento e de outras condições clínicas.
No meio disso tudo, precisamos entender a separar o joio do trigo. Existem, sim, indicações para o uso destes hormônios por diversas situações clínicas, como por exemplo o hipogonadismo, presente em cerca de 15% dos homens acima dos 50 anos. Mas o fato é que isso é muito menos comum do que a quantidade de pessoas utilizando hormônios nos dias de hoje, e por isso a importância de alertar a população contra este abuso. Um fator importante a se entender também é que existe uma queda natural da produção hormonal pelos homens no decorrer da vida, em especial após os 40 anos de idade. Esta queda é fisiológica na grande maioria dos casos, ou seja, é esperada e traz muito mais benefício do que prejuízo.
Pedido de exames laboratoriais, incluindo dosagens de testosterona e GH, têm sido muito comuns e, em diversos casos, sem qualquer indicação clínica. Acima de tudo, precisamos começar pelos sintomas, para daí sim avaliar a necessidade de investigação adicional. Os principais deles, que podem sugerir a deficiência hormonal, são: declínio da libido e dificuldade de ereção; falta de concentração e memória; irritabilidade e insônia; perda ou diminuição do crescimento de pelos; ganho de peso com diminuição da massa e força muscular. É importante frisar que os sintomas não são específicos e podem ocorrer em outras condições, até mais comuns que a carência hormonal, como obesidade, estresse, ansiedade e depressão. Por isso, é fundamental a avaliação clínica por médico capacitado no assunto, como o endocrinologista.
Quando dosados, os níveis de testosterona para homens estão abaixo da normalidade quando menores que 230 ng/dL e níveis acima de 300ng/dL descartam deficiência na produção hormonal. Porém, é importante entender também que existem fatores que interferem na dosagem do hormônio, como doenças do fígado, obesidade visceral (abdominal), uso de alguns medicamentos, entre outros. Todas essas situações podem levar os níveis dosados a valores abaixo da normalidade e não indicam necessariamente deficiência hormonal.
Mas, quando a deficiência não existe e mesmo assim a pessoa utiliza hormônios, os riscos são diversos e é fundamental entendermos quais são eles. Entre os principais, podemos citar os cardiovasculares (aumento da pressão, do colesterol ruim, trombose, infarto e até morte súbita); lesões musculares por sobrecarga; insuficiência hepática; câncer de próstata e fígado; infertilidade e impotência sexual; calvície e acne severa; dependência química, alterações do comportamento com agressividade, ansiedade e até risco de suicídio.
Portanto, reposição hormonal não é um assunto simples e sua utilização inadequada traz sim muito mais risco do que benefício à saúde. Um estilo de vida saudável, conquistado com uma dieta equilibrada, com a prática de exercícios físicos de forma regular, uma boa qualidade de sono, controle do estresse, não fumar e não engordar são excelentes recomendações que podem impedir o aparecimento de deficiências hormonais ou de sintomas relacionados, mantendo, assim, a qualidade de vida sem a necessidade da busca incessante por fórmulas mágicas.
Dr. André Ricardo Fuck
Endocrinologista
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