No dia 05 de fevereiro foi comemorado o Dia Nacional da Mamografia, para lembrar as mulheres da importância desse exame, que pode diagnosticar desde pequenos cistos na região dos seios até tumores graves ou o Câncer de Mama. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em dados atualizados ainda em 2016, 14.388 pessoas faleceram com esse tipo de câncer, sendo 14.206 mulheres e 181 homens - esses que representam apenas 1% dos casos – em 2013, e para o ano passado eram esperados 57.960 novos casos da doença.
A Dra. Marina Nunes Machado, Ginecologista e Obstetra, explica a importância do exame. “O exame de mamografia possibilita a identificação de nódulos e doenças da mama, desde cistos simples até tumores mais complexos como o câncer de mama. É indicado para mulheres acima dos 35 anos, a cada um ou dois anos, conforme o resultado. O médico também pode pedir exames complementares como a ecografia mamária, ressonância nuclear magnética, testes genéticos e biópsias.”
A médica destaca que conhecer o próprio corpo é o princípio para um cuidado maior, e esse conhecimento pode vir por meio do autoexame, por exemplo. “O autoexame é muito importante no diagnóstico precoce do câncer de mama, já que este tem taxas altas de cura quando detectado nas fases iniciais. Deve ser realizado mensalmente, de preferência após o período menstrual, quando as mamas encontram-se menos inchadas, possibilitando a palpação de pequenas alterações. Em mulheres que não menstruam, deve-se escolher uma data fixa para o exame todos os meses. A mulher que durante o autoexame detectar algum tipo de alteração, como uma ‘bolinha’, assimetria, pele em casca de laranja, na mama ou axila, deve comunicar seu médico para que este defina o exame mais adequado a ser feito”, diz.
Mulheres que já têm história familiar confirmada de câncer de mama devem ficar ainda mais atentas e começar o rastreio o mais cedo possível, realizando exames a cada seis ou 12 meses. A recomendação da médica para mulheres abaixo dos 35 anos são as ecografias das mamas.
A interpretação dos exames feita pelo médico também é muito importante. “O resultado da mamografia é dado em ‘Birads’, e é o número do Birads que vai nortear a conduta médica frente ao laudo, sempre levando em consideração a história clínica da paciente. Em resumo, o Birads é assim: Birads 0 – mamografia não conclusiva, é necessário complementar com ecografia de mamas; Birads I – mamas sem alterações; Birads II – mamas com alterações com certeza benignas; Birads III – mamas com alterações quase com certeza benignas; Birads IV – mamas com alterações suspeitas e necessita biópsia e o Birads V – mamas com alterações quase com certeza malignas”, esclarece.
Como se prevenir
A Dra. Marina explica que há sim como prevenir o câncer de mama, como a amamentar. “Quanto maior o tempo de amamentação, menores as chances da doença”, aconselha.
Alguns casos podem despertar alerta. “Os principais fatores de risco são: mãe ou irmã com câncer de mama, nuliparidade (mulheres que nunca tiveram filhos biológicos), primeira menstruação em idade precoce (antes dos 12 anos), menopausa em idade avançada (após os 55 anos), obesidade, dieta rica em gordura saturada, sedentarismo (mulheres que praticam quatro horas de atividade física por semana reduzem em aproximadamente 30% a chance de câncer de mama), terapia hormonal por mais de cinco anos, ingestão excessiva de álcool”, diz.
Palavra da especialista
A médica chama a atenção das mulheres que não vão fazer o exame por medo do resultado. “A mamografia é uma ferramenta a favor de nós mulheres, e não contra. Mulheres que fazem mamografia regularmente têm a tranquilidade de saber que estão com as mamas saudáveis, ou se detectam alguma alteração têm a sorte de contar com um diagnóstico precoce possibilitando enormes chances de cura. O câncer de mama é a forma de câncer mais comum entre mulheres de países industrializados, perfazendo aproximadamente 18% dos tumores femininos, e representando a causa mais frequente de morte entre as mulheres. Mortes estas em sua maioria evitáveis. Temos duas armas potentes contra esta doença: a descoberta em sua fase inicial e manter bons hábitos de vida”, finaliza.
*Imagem: www.tuasaude.com