Por Danielli Artigas
Final de ano é sempre um momento mais reflexivo, ótimo para avaliar o que deu e o que não deu certo durante o ano. Sobre o que não se realizou, como tornar possível em 2019? Acreditar e querer é o primeiro passo, mas não suficiente para concretizar as metas e sonhos. As atitudes são essenciais.
Um erro muito comum que faz com que as pessoas não atinjam seus objetivos, segundo aponta Rafaela Costa, psicóloga especialista em Gestão de Pessoas e Comportamento Empresarial, é ter vários objetivos ao mesmo tempo, o que já foi mostrado em pesquisas. “Geralmente fazem uma lista de objetivos e coloca na gaveta. A energia acaba sendo diversificada e não consegue conquistar”, esclarece.
Para fazer diferente em 2019, ela orienta a focar na grande prioridade. Comenta que pode traçar como objetivo, no primeiro semestre, se dedicar à vida profissional, por exemplo, iniciando um curso para aperfeiçoar conhecimento e conquistar um cargo maior. “A cada escolha vem uma renúncia, não conseguimos tudo de uma vez”, argumenta.
Vamos lá?
Planejamento: Definidos os objetivos que a pessoa quer alcançar, é preciso seguir para um planejamento. “Aí pode detalhar o que vai ser a curto e longo prazo, que atitudes precisa ter, que dependem dela. Colocar coisas que dependem de outra pessoa no planejamento pode não dar certo. Pessoas falham no planejamento quando é muito subjetivo, se não o deixam claro. Ou quando não é mensurável, palpável. Precisa ter um passo a passo e isso ser visível”, explica Rafaela.
Até mesmo estratégia de colar em um quadro ou na porta da geladeira é válida, para sempre lembrar aonde se quer chegar. “Assim nossa mente fica focada no que precisamos fazer. É importante sempre avaliar: o que fiz hoje para me aproximar da minha meta? Toda vez que olha o objetivo o impulsiona a agir”, detalha.
Para ela, o ponto chave é colocar dados mensuráveis com passo a passo bem claro. “Escrever o planejamento é fundamental, senão a pessoa se boicota. Planejamento dá um norte, mas não precisa ser fixo e inalterado, pode ir revendo e ajustando, pois as condições podem exigir alterações para o plano dar certo. Precisa ser revisto”, diz.
Disciplina: Uma etapa importante é a disciplina. Seguindo o exemplo de se aperfeiçoar, exemplifica que para estudar inglês três vezes na semana depende da disciplina da pessoa. “Pessoas confundem disciplina achando que vai ter uma vida muito regrada e chata”, comenta. O problema, segundo ela, é que as pessoas não têm disciplina e depois ficam frustradas por não realizarem suas metas. “Ter disciplina é fazer na hora que tem que ser feito mesmo sem ter vontade, porque tem um propósito maior. Cada vez mais as pessoas estão menos disciplinadas porque têm a ilusão de que a felicidade não está atrelada à disciplina. Pessoa descobre depois que se não atinge a meta não fica feliz, fica frustrada”, frisa a psicóloga.
Rafaela enfatiza que disciplina tem que ser hábito, não momento. Lembra que teorias apontam que é necessário repetir 21 dias consecutivos para algo começar a se tornar um hábito e 60 dias consecutivos para realmente virar hábito. Depois desse período passa a sentir falta do que não fez. Mas ela explica que se falhar um dia quebra o ciclo e precisa começar a contar como se fosse o primeiro dia e isso inclui sábado, domingo e feriado. Comenta que no início tem que fazer sem vontade, até porque não precisa disciplina para fazer algo que gostamos. “Profissionais que não têm disciplina não conseguem manter uma carreira estável de sucesso. Algumas atividades gostamos de realizar e outras não, mas tem que fazer.”
Resiliência: Nem sempre se acerta na primeira vez. Os processos falham e é preciso ter resiliência para continuar, pensar o que tem que reajustar, tentar de novo. Não pode se frustrar porque não saiu conforme queria, é preciso pensar que tem tempo para continuar.
Resiliência é a capacidade de sofrer alteração e continuar, não desistir. Rafaela diz que a pessoa que não tem resiliência “cai” e fica lamentando. “Pessoas resilientes não desistem. É preciso persistir, ter habilidade de recomeçar. É uma atitude que pode ser treinada. Ninguém nasce resiliente, vai treinando ao longo da vida essa capacidade. O bom é que pode começar em qualquer fase da vida. Quem se frustra precisa desenvolver mais isso, aprender com o que não deu certo e estar disposto a recomeçar diariamente. Dia após dia temos uma nova chance e as condições ideais muitas vezes não existem. Quanto mais cedo desenvolver, melhor. Pode se permitir ficar triste, mas passar por isso e traçar nova estratégia se preciso”, explica, citando que, em média, os empreendedores falham 3,8 vezes até ter um negócio de sucesso.
Então, mãos à obra! Qual seu objetivo para 2019?