Há três anos voluntários realizam uma festa solidária no Palmital dos Pretos, com direito a presentes, apresentações de capoeira, lanches e muita alegria às crianças que vivem na região. Neste ano, a festa foi preparada para atender, no último sábado (16), 150 crianças e com uma novidade: serão levadas crianças do bairro Águas Claras e Itambezinho para participarem.
A ideia é que as crianças conheçam outras pessoas, troquem culturas e façam novos amigos. Tudo está sendo preparado pelos voluntários do grupo GT Educação do Campo, dos membros do clã Acapras (Academia de Capoeira Praia de Salvador) e do Conselho Municipal Étnico Racial.
Idelci Souza Junior, conhecido como professor Chumbinho, conta que o planejamento do evento começou há dois anos, quando havia um projeto de alugar brinquedos por 50 centavos na Escola Municipal do Campo Augusto Pires de Paula, quando uma menina quilombola não tinha o dinheiro para alugar uma boneca. “Isso aconteceu em novembro de 2015.
Ela deu uma boneca quebrada para ver se conseguia emprestar por um dia outra boneca, foi muito triste. Em apenas um mês consegui com minha esposa, com os meus alunos, com o grupo de estudos sobre educação do campo, que é composto por professores, fazer o primeiro Natal solidário”.
Em 2016, o grupo já era conhecido e mais pessoas começaram a ajudar, principalmente apadrinhando as crianças que iriam participar. “Esse ano já vou poder levar as crianças do Itambézinho e do Águas Claras, onde eu dou aulas de capoeira. Vamos reunir em torno de 150, desde bebês até adolescentes com 14 anos e todos vão ganhar presentes, que foram doados por pessoas que acompanham e acreditam em nosso trabalho”, diz o professor.
Neste ano irão participar os alunos da Escola Municipal do Campo Luiz Rivabem, crianças do projeto Mãos Solidárias do Águas Claras e as crianças moradoras do quilombo Palmital dos Pretos. “Resolvi juntar todos em um só dia no mesmo local, pois todos são meus alunos. Assim um fica conhecendo a cultura do outro e pode ver que às vezes reclamamos da nossa vida, mas tem gente muito feliz com muito menos do que nós”, conta.
Para o professor, o sentimento que fica pela realização do evento é a “renovação, valorização e o principal que é a filosofia do grupo: união, solidariedade, força construtora”, finaliza.
Próximos anos
O projeto pretende continuar anos a fio e o professor Chumbinho disse estar aberto para receber novos voluntários. Quem se interessar pela causa, basta entrar em contato pelos telefones (41) 99790-1253 (Chumbinho) ou (41) 99666-2637 (Karen).