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Consciência ao gastar o décimo terceiro

Em tempos de crise, é importante ter em mente o que gastar durante as festas de final de ano e poupar um pouco para o próximo

Data
19 de Dezembro de 2017

Embora pareça que deu para “respirar” este ano, muitas pessoas enfrentam uma grande crise financeira, e ainda possuem contas em atraso ou um grande comprometimento salarial, que as impedem de realizar gastos com lazer, viagens ou até mesmo realizar compras desejadas de forma geral. Muitos veem no décimo terceiro a oportunidade de comprar o que querem, entretanto, consciência é fundamental para não adquirir mais dores de cabeça para o ano que ainda vai começar.

Para o professor e economista Edmundo Pozes, o ponto lógico da economia recomenda a aplicação no mercado financeiro, iniciando pela poupança, ao menos um terço do 13º salário, terço para pagar as contas vencidas e o restante para as compras de final de ano. Entretanto, ao considerar a atual situação financeira dos brasileiros, em que há 13 milhões de brasileiros desempregados, é preciso economizar uma parcela maior, pois, com a instabilidade do mercado, não se pode esbanjar recursos na incerteza.

“Entre todas as orientações que posso passar, a primeira é evitar as compras de impulso. Sair de casa com a definição do que vai ser comprado e com estimativa de preços. Não se deve imaginar que o décimo terceiro é um salário extra que deve acabar em alguns dias, pois é um salário complementar para ajudar a comprar produtos e serviços que não puderam ser realizados durante o ano. Gastar escolhendo prioridades”, recomenda o professor.

Uma parte da população adianta o décimo terceiro salário realizando empréstimos, por diversos motivos. Se o motivo do empréstimo for para o pagamento de dívidas, o professor Edmundo não vê problemas, entretanto é importante prestar atenção nos juros correntes do empréstimo. “A atitude é normal porque a falta de recursos fez parte do cotidiano de 2017. Apesar do governo dizer que estamos saindo da recessão, isso não é verdade, e devemos ser cautelosos financeiramente ao invés de fazermos novos gastos. Pagar as dívidas é uma atitude muito prudente. Deve-se ficar de olho nos juros abusivos e verificar o quanto vale a pena efetivar o empréstimo”, orienta.

O professor também diz que pessoas preocupadas em pagar o que estão devendo, não somente em realizar compras e novas contas, conseguem movimentar o comércio novamente, já que os comerciantes também esperam receber pelos atrasados. “As famílias devem focar no pagamento das contas menores e procurar os comerciantes para renegociar as grandes dívidas. Daí sim, voltar ao comércio e comprar o necessário para o Natal 2017 e Ano Novo”, diz.

Janeiro é logo ali

O mês de janeiro sempre costuma ser bastante puxado para a população geral, conhecido como mês seco. Em 2018, o mês de janeiro terá quatro semanas e meia, o que o torna longo. O professor Edmundo diz que as famílias acabam se envolvendo muito com todas as apelações de final de ano e estão com o orçamento tão restrito durante todo o ano, que é “perfeitamente compreensível querer aproveitar um pouco mais nessa época do ano”. Ainda assim, é importante se planejar para os gastos no ano posterior, desde o final desse. “Devemos suportar as investidas dos familiares nos excessos de gastos e explicar, por meio de planilhas que nosso orçamento não suporta tamanha despesa. É preciso ser sincero aos membros da família e não fingir que tudo está bem para agradá-los, porque depois haverá uma grande desilusão do grupo porque não haverá, durante o ano, recursos abundantes como no período de Natal. Lembre-se que no próximo ano, gasto com escolas, IPTU, aluguel, IPVA, planos de saúde, parcelas de compras, compras de supermercados serão inevitáveis”, relembra.