Na próxima quinta-feira (19) será celebrado o feriado de Corpus Christi, uma data que faz parte da tradição da Igreja Católica e que encanta fiéis e visitantes pelos tapetes confeccionados por voluntários nas ruas da cidade. Os trabalhos artísticos utilizam materiais como serragem, pedrinhas e diversos outros elementos que ganham na data um caráter decorativo e tomam formas diversas.
Neste ano, a solenidade da Igreja Matriz Nossa Senhora da Piedade será realizada na Vila Olímpica, com início às 9h. Após a missa, os fiéis seguirão em procissão até a matriz.
O pároco Luciano Tokarski explica que a equipe responsável pela organização já definiu toda a logística e o itinerário da celebração. “Serão preparados seis altares ao longo do percurso, onde faremos momentos de oração e contemplação, cada um com sua decoração litúrgica específica. Os tapetes terão elementos dos movimentos religiosos, símbolos da fé e da própria Igreja. Eles se estenderão da Vila Olímpica até a igreja matriz, com o envolvimento das seis comunidades da paróquia, além da comunidade da matriz”, destaca.
Segundo o padre, a confecção dos tapetes tradicionalmente conta com a participação de pessoas de todas as idades — de crianças e adolescentes a idosos — bem como de lideranças das comunidades e pastorais. Ele ressalta que a expectativa para 2025 é de uma participação ainda maior dos fiéis. “Este é um dia para louvar a Deus por tantas maravilhas que Ele realiza em nossas vidas e reconhecer a nossa pequenez diante de Sua grandeza”, completa.
Origem de Corpus Christi
O padre Luciano também explica a origem da celebração. Segundo ele, a primeira concepção de Corpus Christi ocorreu na Bélgica, quando uma jovem teve visões nas quais via a lua com uma mancha escura. A partir dessas visões, ela compreendeu que faltava à Igreja Católica uma celebração dedicada exclusivamente à Eucaristia — ao Corpo e Sangue de Cristo.
Mais tarde, entre os séculos XII e XIII, o Papa Urbano IV, que à época residia na cidade de Orvieto, na Itália, teve conhecimento de um milagre ocorrido em Bolsena, cidade próxima. Lá, um padre que celebrava a missa, mas tinha dúvidas sobre a presença real de Cristo na Eucaristia, presenciou a hóstia sangrar, marcando o corporal com gotas de sangue. “Essas relíquias existem até hoje, e foi a partir desse milagre que nasceu a tradição da celebração de Corpus Christi”, relata o padre Luciano.
Ele destaca que, diferentemente das missas dominicais realizadas dentro do templo, Corpus Christi é uma data em que os católicos vão às ruas. “Neste dia, saímos do templo para celebrar publicamente. Caminhamos, rezamos e manifestamos a nossa fé nas ruas e praças. É a manifestação pública da Sagrada Eucaristia, do Corpo de Cristo”, pontua.
“É um momento muito emocionante, vivido em família. Todos participam, tanto na decoração dos tapetes, nos cantos, nos rituais e na procissão. Envolve simbolismo, amizade e fé. É uma celebração de fraternidade e festividade que expressa o verdadeiro espírito da Igreja, que é a união”, finaliza.
Por fim, ele convida quem quiser contribuir como voluntário e diz que todos serão muito bem-vindos. Basta procurar a Secretaria Paroquial para receber orientações sobre como ajudar.
Matéria: Caroline Paulart