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Moradores da Ferraria

Costumes na região e as boas lembranças do passado

Data
22 de Novembro de 2023

Autor
Danielli Artigas

O distrito de Ferraria é repleto de histórias e tradição. Uma região que enfrenta alguns desafios pela distância do Centro de Campo Largo, mas que tem enraizados costumes que vêm de gerações. Os moradores Roseli Terezinha Crozeta e Luiz Carlos Massuquetto, com mais de 50 e 70 anos vividos na Ferraria, respectivamente, relatam um pouco de suas memórias com histórias que moldaram essa comunidade ao longo dos anos.

Roseli, aos 74 anos, tem uma memória bastante viva dos tempos de infância, quando morava onde se tornou o Museu do Mate. Há 55 anos ela se casou e escolheram Ferraria para morar. Suas raízes remetem à Itália, de onde seus bisavós vieram. Da mesma forma, Luiz Carlos Massuquetto, nascido na Ferraria, traz consigo a herança italiana de sua família, com raízes na região do Vêneto.

A comunidade da Ferraria é enriquecida pela presença de famílias que há gerações mantêm suas raízes na região. Nomes como Fedalto, Rigoni, Marchioratto, Rossa, Marochi, Barrichelo, Torres, Cruzara e Dallagrana são comuns na área, sendo que esta última operava um moinho. A família Barrichello Torres doou terrenos para comunidade, como onde foi construída a Igreja.

Segundo Roseli e Luiz, em um dos terrenos ali foi descoberto ouro, a área foi comprada e foi extraído o metal, que de acordo com eles inclusive foi o que enriqueceu o dono da famosa Mate Leão. Muitas famílias da região tiveram ali emprego garantido. Hoje, a agricultura local é dominada por cultivos de soja e milho, mas no passado, a produção de batata, repolho e trigo era comum.

Roseli e Luiz compartilham memórias e sentem saudade da época em que as casas eram abertas e as relações de vizinhança eram fortes. Os moradores da Ferraria mantinham um senso de comunidade particularmente forte na Igreja Católica, onde todos se reuniam para compartilhar momentos especiais. Luiz lembra que tinha a responsabilidade de tocar o sino da igreja, um papel que ele desempenhava com orgulho.

Antigamente, as olarias de tijolo e telha eram uma parte essencial da economia da Ferraria. Hoje, a tradição de produzir vinho e outros produtos coloniais é preservada por moradores como Luiz Carlos e Samuel Crozeta, que ainda fazem vinho artesanalmente e mantêm barricas herdadas de outras gerações. Resgatar as tradições do passado, como a produção de vinho da década de 1950, para ele é um orgulho.

A história da Ferraria é também marcada por famílias que passam suas terras de geração em geração, mantendo vivas as tradições dos colonizadores e a vida em comunidade com forte base na vida em ações da Igreja.