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Há como prevenir o estresse de fim de ano

Reflexão leva a um sentimento de leveza e evita o cansaço de fim de ano, aconselha psicóloga; aprenda a deixar o ano mais leve e lidar com frustrações

Data
21 de Dezembro de 2018

Por Caroline Paulart

É muito comum pessoas reclamarem de esgotamento e cansaço muito forte, especialmente no fim de ano.

A psicóloga e psicoterapeuta relacional sistêmica Angélica Neris, explica que sensações e sentimentos como o cansaço, a tristeza, a raiva, são naturais ao ser humano, pois acabam fazendo parte da vida. “Estes sentimentos deixam de serem naturais quando permanecem por um tempo maior que deveriam, trazendo sintomas, alterações na rotina, prejuízos no dia a dia, as queixas fiquem mais intensas nesse período, isso pode acontecer pelo nível de desgaste ao longo do ano, pela sobrecarga, pelo ritmo mais acelerado do período, pelo aumento da cobrança e autocobrança do que ainda precisa ser realizado e do que tinha que ser realizado e não foi.”

As frustrações com objetivos ainda não alcançados, tenham eles sido traçados na virada de ano de 2018 ou em anos anteriores também acabam contribuindo para esse mal-estar. “Nós podemos acreditar muito, com toda as nossas forças que aquilo que planejamos acontecerá. Mas essa força depositada sobre aquilo que se quer conquistar não torna nosso plano verdadeiro, não torna o plano real, ele ainda é só um plano. A ilusão nos faz suprimir o real (o que temos) pelo imaginário (o que queremos ter). Quando nossos planos se concretizam nos trazem satisfação, prazer (ao menos momentaneamente), no entanto quando não são alcançados podem trazer frustração. A frustração, embora possa ser difícil de lidar, não é ruim, é pela frustração que tomamos consciência dos nossos limites. É aprendendo a lidar com a frustração que aprenderemos a usufruir melhor daquilo que temos e não focar só naquilo que queremos ter”, diz.

Com isso, problemas podem aparecer, pois, segundo Angélica, ao se sentir cansada, a pessoa começa a “funcionar” abaixo da capacidade normal. Assim, começam a aparecer a baixa produtividade, dificuldade na tomada de decisões, impacto no raciocínio, irritação, desanimo, indisposição, pessimismo e com isso as dificuldades em manter um estilo de vida saudável. O cansaço também pode trazer problemas físicos como anemia, diabetes, problemas de tireóide e quadros emocionais como depressão e ansiedade. 

Como virar o jogo?

 

Existe sim como evitar essa situação. “A forma que agimos, estamos e sentimos na vida e nas relações, será facilitadora ou não para que cheguemos ao final do ano pouco ou muito cansados. Se sou exigente demais, levo minhas obrigações ao nível de exaustão, se não tenho pausas para desacelerar, não me alimento bem, não cuido do meu corpo, não cuido da minha mente, se assumo mais responsabilidades do que dou conta de suprir, se desrespeito constantemente meus limites físicos e emocionais estou caminhando para um grande cansaço físico e emocional. É necessário adotar um estilo de vida que respeite nossos limites, sejam eles físicos ou emocionais. Nosso corpo e nossa mente precisa desacelerar, precisa de atividades de prazer, de lazer, de ócio. Se nos possibilitássemos nos conhecer (conhecer nosso funcionamento, nosso corpo, nossas sensações, emoções) saberíamos identificar o momento de parar, reduzir, mudar e seguir”, alerta. 

Angélica ressalta que é importante autoavaliar-se e também avaliar o ano que passou, pois isso leva a um sentimento de leveza e não só de culpa.  “Muitas pessoas evitam pensar, refletir sobre algumas situações porque acabam se sentindo piores depois que fazem isso, normalmente, porque esta reflexão não levou a aprendizagens, mas sim a críticas. Uma boa reflexão é aquela que nos possibilita levantar coisas que aprendemos, que poderíamos ter aprendido, que nos deixa ao final em paz e com algumas possibilidades de como fazer melhor”, finaliza.