Há 22 anos, a Festa da Tia Cida anima toda a comunidade e centenas de voluntários que fazem a festa realmente acontecer. A Folha de Campo Largo acompanhou de perto a correria nos preparativos para a festa que aconteceu no primeiro domingo do mês de dezembro.
A festa teve início na tradicional rua da Tia Cida, no bairro Santa Rita. Não foi preciso nem pedir informação, pois parecia que os olhos da vizinhança apontavam apenas para aquela casa. Chegando lá, foi possível perceber que ninguém ficava parado um instante e para conseguir entrevista ou ia no ritmo ou ficava para trás.
A Tia Cida contou que tudo começou durante uma novena de Natal, na qual ela era coordenadora do bairro. Ela queria fazer algo diferente, que envolvesse várias pessoas do bairro e participação das crianças carentes que frequentavam a região.
Há dezenas de voluntários que estão ajudando desde que a festa começou, como é o caso do seu Davi Gobor, que ajudava a ensaiar. “Nós nos reunimos com as crianças para ensaiar a apresentação de Natal para os pais, sem saber como tudo iria acontecer. Cada ano foi melhorando, aumentando, mas não imaginamos que iria se tornar desse tamanho. Fizemos no início somente para a novena de Natal, agora isso se tornou uma ação social abençoada por Deus”, emociona-se.
Outra voluntária que marca presença desde que a festa foi criada é a dona Efigênia Kainak. “Enquanto existirem forças para lutar, nós vamos realizar a festa sim. Quem faz o bem para uma criança, faz para Deus. Não deixamos de lembrar das pessoas que já se foram, mas que contribuíram muito para o crescimento desse evento”, relembrou.
A filha da Tia Cida, Mara, era coordenadora do grupo de jovens na época. Ela contou que em uma conversa lembrou das crianças carentes, que muitas vezes não tinham a oportunidade de participar do Natal.
“O grupo de jovens se reuniu, fez apresentações, teve a participação do Papai Noel. No primeiro ano foi mais fácil de conseguir tudo, pois eram poucas as crianças. A cada ano mais pessoas apareciam na intenção de ajudar. Cada um dava o que podia, teve uma vez que uma mulher chegou e perguntou o que ela poderia trazer para ajudar na festa. Nós falamos ‘você pode ajudar com o azeite e o sal para as pipocas’, ela então trouxe o pouquinho que tinha em casa. Essa solidariedade, que envolve desde o mais pobrezinho até o grande empresário, é o que fez a festa ser tão conhecida e abençoada”, destaca.
Marcos Kainak, filho da Efigênia, se veste de Papai Noel para alegrar as crianças que participam do evento. “Faz seis anos que eu participo efetivamente da festa. Ano passado, quando fomos para os bairro conseguimos observar as realidades presentes na cidade. O melhor das pessoas é que mesmo na simplicidade, aos olhos delas tudo se torna grandioso, isso é realmente fascinante porque há uma entrega de corações ali”, completa.
No dia foram distribuídos cachorro-quente, refrigerante, maçãs do amor, pipoca e presentes para as crianças participantes. Estava à disposição pinturas no rosto das crianças também. Tudo é muito bem organizado para que nenhuma criança que esteja por lá fique sem participar. Os voluntários estão sempre preparados para tirar dúvidas dos participantes da festa, com um sorriso que transparece a vontade de participar e ajudar o próximo.
Carreata
Para divulgação, além do tradicional boca-a-boca, a festa conta com parceria dos veículos de comunicação da cidade e também faz uma carreata com participação de vários carros de voluntários, carro de som e muitos Papais Noel, que distribuem balas para as crianças que estão passando pela rua. Neste ano, a carreata teve início na Avenida Padre Natal Pigatto, passando por todo o Centro, bairros próximos ao Santa Rita, como Aparecida, Santa Terezinha e Lamback chamando a população para participar da festa.
As carreatas seguiram para os bairros em horários já estabelecidos pela organização. Esse ano, além das crianças do Santa Rita, receberam a festa da Tia Cida a população do Jardim Social e do Francisco Gorski.